"Todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres" (Mateus 26:39).



As palavras de Jesus no Getsêmani ecoam através dos séculos como o mais sublime exemplo de submissão à vontade divina. Naquele momento de profunda angústia, o Filho de Deus nos ensina que a verdadeira oração não consiste apenas em apresentar nossos desejos a Deus, mas, acima de tudo, em render nosso coração à Sua soberana vontade.

Quantas vezes nos encontramos diante de situações em que nossa alma anseia por uma resposta específica? Rogamos a Deus por livramento, por cura, por soluções que nos tragam alívio imediato. Contudo, será que estamos dispostos a dizer, com sinceridade, "Não seja como eu quero, mas como Tu queres"?

A oração não é uma ferramenta para manipular Deus, mas um meio pelo qual Ele molda nosso caráter e fortalece nossa fé. Jesus, em sua humanidade, sentiu o peso da cruz iminente, mas, em sua divindade, submeteu-se ao plano eterno de salvação. Essa atitude de entrega nos desafia a refletir: estamos prontos para confiar em Deus, mesmo quando Sua resposta não é o que esperávamos?

A história dos grandes homens e mulheres de Deus nos mostra que aqueles que mais impactaram o mundo foram os que mais se renderam à vontade do Pai. No livro Heróis da Fé, de Orlando Boyer, encontramos a impressionante narrativa de George Müller, um homem cuja vida foi um testemunho vivo do poder da oração e da confiança irrestrita em Deus. Müller dirigia orfanatos na Inglaterra e nunca pediu um centavo a ninguém, apenas a Deus. Em uma ocasião, ao perceber que as crianças não tinham nada para o café da manhã, ele orou com fé: "Senhor, Tu és fiel e proverás para esses pequenos". Minutos depois, um padeiro bateu à porta, trazendo pães; logo em seguida, um leiteiro, cujo carro quebrou na rua, ofereceu leite fresco para todas as crianças. A provisão chegou no momento exato, sem atraso e sem alarde, provando que Deus nunca falha.

Müller compreendeu que oração não é apenas pedir, mas confiar na resposta divina, seja ela qual for. Ele, como Jesus no Getsêmani, colocou sua dependência total nas mãos do Pai.

E nós? Estamos dispostos a viver essa fé rendida? Que possamos aprender com Cristo e com os heróis da fé que a maior bênção não está em ter nossos desejos atendidos, mas em nos conformarmos plenamente à vontade daquele que tudo governa. Pois, no fim, Sua vontade é sempre boa, perfeita e agradável (Romanos 12:2).


Por: Denilson Oliveira

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